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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

*poemas em tempo de espera*



Vale das Serpentes, 18 de Abril de 2007.


Iniciando com um dramalhão
Novelinha mexicana na televisão
Que cenário patético & tedioso
Que dia insípido & insosso!

Quem diria que tu terias tédio
Quem diria que te prenderiam na Torre
Teu chá com bolachas é adoçado de ódio
Tua ansiedade de ansiedade morre!

Onde está o vinho, a cerveja ou a cachaça?
Onde está a infante na rua fazendo pirraça?
Onde está o fumo, o amor de verão, a praia verde?
Descansando no falso capim a Eremita se perde?

É, e assim meu outono começa
Assim, de penitência à promessa
Vidinha familiar em doses cavalares
Sem ópio, só ócio entortando os pomares!


Humor dos Variantes, 3 de Maio de 2007.

Hey capitão, soldado ou ladrão...
Mocinho bonito do meu coração...
Me roube da Torre, se vista de amores
Arranje um cavalo, me encha de flores

Seja meu pão, seja meu vinho
Sigamos juntos um novo caminho
Seja meu... meu caminhante noturno
Seja de a pé, de All Star ou coturno!

Deixe eu ser tua... a atriz desse filme
Dos olhos castanhos, a vilã desse crime
Estar em cartaz nesse teu cinema mudo
Com ou sem cor, descobrindo o teu mundo

Escute o chamado, seque o meu pranto
Escute essa música, do vento o canto
Deixe eu ser tua flor sem mais demora
Deixe eu ser das manhãs a tua senhora!


Passos Lerdos do Norte, 4 de Maio de 2007.

Você está vindo? Quem é você?
Quem te assustou? Baby, quem pôde?
Quem foi que te fez assim tão lindo?
Você trará flores ou sonhos roubados?

Quem é você? De onde você veio?
Teu colo é deleite ou espinho?
Tens suspiros de anjos nos cabelos
Lábios gélidos de lagarto do deserto...

Nômade, histórias para contar...
Canções da antiga New Orleans
Hão de me acalmar... preciso rimar?
Me aceite, sou tua Rainha da Estrada...

Cante para mim, corra comigo, amor...
Me ame a noite inteira, case comigo!
Com tuas malas desfeitas, mistérios de verão...
Teus confins da noite, na minha alma... clarão!


Esperando o Nada, 5 de Maio de 2007.

Lembra-se do Hotel dos Confusos?
Tu esqueceu tua alma por lá...
Teu café esfriou, teu poema rasgou
Teu cigarro apagou, a garota surtou...
Você chegou... cheirando de naftalina
À gasolina... você voltou... sim, voltou!
Sob um Céu de Blues, no Sol Nascente
Teu cavalo alado tinha asas de nuvem...
Tua estrada era mais poeirenta que a morte!
Você partiu... outra vez partiu... partiu!
Fiquei com o barulho da TV , o travesseiro frio
A serpente à espreita, reluzindo nas garras
As unhas vermelhas, roídas... lembranças de bar
Sagrado ou profano, morada de vampiros...
Sugando meu whisky, secando meu vinho
Navio de Cristal... viagem astral...
Garota interrompida, perdida de dor
Me ame outra vez, me ame com ternura
Baladinhas românticas na padaria da esquina
Tudo me lembra você... mas por que???


Hotel dos Confusos, 6 de Maio de 2007.

Quando eu me for, num dia desses qualquer
Se me encontrarem num quarto de hotel barato
Numa banheira morna & surrada... dopada
Saibam que assim como Álvares de Azevedo
Fui poeta, sonhei & amei na vida... sofrida
Se lembrem que fui, por opção, um ser frustrante
Que preferiu a ilusão do que a realidade insone
Saibam que escolhi esquecer de mim mesma
A fim de não me entregar aos egoísmos & medos
Não pensem que não ouvi com atenção seus conselhos
Eu só resolvi seguir as borboletas... era o meu destino
A Louca do Tarot, diriam os entendidos... que seja
Inconseqüente, irresponsável, apaixonada pela vida
Pela morte... por seu amor inundado em silêncio
E... falando nisso, meu amor, isso é para você:
Não pense que não te amei com todas as forças
Se parti foi porque, em devaneios, tu era mais vívido
E não quis pousar em teus ombros a forte carga
De esperanças mirabolantes de alguém assim...
Tão... exagerada... mente encantada por você!

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