não me pergunte!
histórias e contos
são mais sábios que eu
deixe lhe contar
deixe que eu te mostre
o deserto dos meus olhos
o impulso das minhas vozes
meus demônios
meus anjos alados
minhas funestas verdades
poesia desmembrada
além de incerta
calma e inválida
vulgar e profana
deixe-me mostrar
o sagrado de mim
vagando na noite perdida
onde não há estrelas
ah, morrison
tu que foi tão forte
e teu corpo tão fraco
venha me buscar em uma noite qualquer
deixe-me escolher meu signo
vamos ouvir a noite cantar
e esperar o dia nascer
com dois sois multicoloridos
só pra variar
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mais um pouco de nonsense para esquentar a noite
já que vinho se tornou risco de vida
mais uma dose de poesia absurda
mais cem copos de inconsciência, por favor
ninguém mais agüenta esse mundinho real
ningüém mais agüenta acreditar que somos simples mortais
sonho, sonho... me traga músicas dos beatles
com clipes nostálgicos... bem fora das leis
sonho, sonho... me traga o amor dos puros
e me diga pra qual estrada devo ir
em qual trem devo entrar
sonho, sonho... não me deixe tão só
preciso de beijos abstratos e abraços sem fim
sonho... seja bom... ao menos você
já que eu, sem querer, sou tão cruel e imperfeita
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dúvidas
distância
frieza
descaso
solidão
antigüidades
sem valor
acomodação
sem amor
ponto final
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Por mil anos procurei sua alma...
Quantos poemas comecei assim
Nada comparado ao que eu realmente sinto
Pois, como Nietzsche diria
As palavras estão mortas em nossos corações
Porém, mortas, vivas ou mortas-vivas
Teimo em libertá-las
Pois as vejo como libélulas enclausuradas
Borboletas de um inferno não maldoso
Mas conflituoso e furtivo
Que se despedaça a cada vil instante real
Que anceia por uma porta do mundo surreal
Como o de Alice No País Das Maravilhas
Insano, porém poético
Irritante, porém desconcertante
Impiedoso, porém fantástico
E nada irá roubar-lhe essas qualidades mais que humanas
E nada irá fazê-lo perder o perfume etéreo
E nada colocará um ponto final
Pois não existe final
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É... existem estranhas formas de fugir quando se está em dias estranhos. Nada é aceitável... tolerável... digno de paciência. Quantas músicas ainda irei cantar para acalmar minhas fúrias instintivas? Quantos poemas pobres de rima, métrica ou estética farei antes da noite chegar? Não deveria ter aberto minha janela neste dia tão claro, tão cheio de dor. Se a morte chegará com o fim dos tempos, terei que aproveitar antes que o sol se dissolva e até lá é melhor ser pagão, do que ser pseudo-profeta nas surdezes do mundo.
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Estou tentando achar o meio-termo... não quero ser grossa... mas também não quero mentir ou fingir, ser hipócrita. Não quero ser extremista, ser anti-social, mas também quero que as pessoas saibam o que eu penso, o que eu aprovo ou desaprovo nas suas atitudes... personalidades. Quero que elas saibam também que se estou ao lado delas é porque eu as amo e não por mera conveniência. Se procuro por elas é porque tenho bons sentimentos e não por não querer ficar sozinha, pois disso eu não tenho medo e mais, eu gosto disso muitas vezes. Não quero mais brigar, ficar magoada com ninguém... quero perdoar a todos e tentar enteder o lado de cada um... entender seus motivos. Saber que algumas pessoas amam com toda sua alma, mas expressam de formas diferentes. Entender que não existe superioridade, não existem pessoas ignorantes ou fúteis... todos têm algo a oferecer, sem distinção. E que o meio-termo não é algo morno... mas é um ponto que se aproxima muito da paz.
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nada a dizer, palavras são tão vis... como se eu não fosse vil. sim, eu sou uma anti-epopéia, um impulso nervoso ou um dia estranho. é, eu sou uma flor do mal e nada mudará isso.
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vamos correr, correr, correr! o deserto está próximo e a rainha da estrada está a procura do rei lagarto. vamos chorar, chorar, chorar e esperar que a noite traga seu exército púrpura. vamos gritar, gritar, gritar e nos escondermos no oeste porque o oeste é melhor. vamos amar, amar, amar, o xamã traz o pêndulo, a faca e o amuleto, nos sacrificaremos pelos belos, fortes e sábios e nos tornaremos mojos risings. sim, vamos cair, cair, cair, cada vez mais fundo na inconsciência, esqueçamos nossos nomes, esqueçamos nosso mundo. vamos girar, girar e girar pois o karma cósmico do desejo nos chama e já é hora de partir.
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desânimo...ciúme...dor...ódio...amor...fim.
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eu sei... eu sei! já não dá mais para se esconder atrás do muro de berlim... já não dá mais para deslizar pelas florestas úmidas antes de cair na inconsciência... eu sei... eu sei. somos anjos em céus de concreto... eu sei. mas eu também sei que podemos ser heróis, podemos ser heróis ocultos. não... não nos suicidaremos antes de amanhecer, nem morreremos imersos em uma banheira de hotel, nem fugiremos para Hamburgo. nós ficaremos e esperaremos as fases passarem, cantando músicas antigas e tomando café nas estações. não teremos overdoses, nem nos derreteremos nos cânceres modernos, nem nos renderemos ao capitalismo que espreita do outro lado... do outro lado do nosso mundo. não... não seria justo, tão pouco seria digno. não beberemos pelos pubs da cidade, nem andaremos em latas estridentes pelas músicas podres. não. não deixaremos que a tristeza nos sucumba... pois a poesia não precisa ser triste... e para sentir não é preciso sofrer... deste romance eu já cansei.
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