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terça-feira, 14 de setembro de 2010

conjunção


enfim, estou só. só para observar os ipês amarelos na paz da tarde e olhar o céu de nuvens inconstantes e sentir o frio de um estranho setembro. enfim, sozinha no meu silêncio. nenhuma música é mais bela do que essa. nenhum perfume, mais vivo do que aquele de um quase-verão. quantas foram as estações e as frutas nos pomares dos quintais e as páginas dos calendários que vi correr e as palavras que pronunciei ou pensei ou escrevi? de uma coisa eu sei: serão 27 verões. minha alma casará com a tua, solidão. meu corpo será sempre teu, silêncio. da solidão e do silêncio, tudo menos violências, insultos & violações. sem ausência, a não ser a minha; sem recusa, senão a minha; só eu e a conjunção silenciar. conhece a linguagem dos anjos? é o silêncio de trás para frente. veste teu cachecol de letras e sai pela calçada, embaraçando palavras no ar. solta os cabelos de vermelho licor e embriaga de açúcar, plantas ou ervas o sistema solar. aquece teus dedos no raio de sol, na flor-roda-gigante violeta que tu não vê chegar. espera o verão, na barca do sol. ninguém vai chegar, a não ser o verão...

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