Se te excluem de uma sociedade, você já não é mais obrigado a seguir a sua lei. Esta há de ser a nossa brecha, a nossa clave de sol. O caminho é mais pela rebelião do que pela obediência. A rebelião é um extremo anarquista, que tem como base a criação da própria lei. Um “indivíduo”, não sendo aceito como ele é, sem poder dar vazão a sua voz e adaptar suas regras dentro de um sistema, tem todo o direito de criar um novo mundo, uma nova lei, podendo ser avessa a uma lei maior.
Seres humanos são jogados em favelas, nos morros, em partes desprivilegiadas das cidades, sem infraestrutura, saneamento básico ou lazer, por não se encaixarem nos padrões sociais dos brancos e católicos, “gente fina, elegante e sincera”, que habitam os centros e bairros nobres. Cada um que nasce em um determinado ponto desprivilegiado, embora possa ser bom por essência, é discriminado, sendo alvo de preconceito plurilateral, explicitados em pensamentos, olhares, palavras e atitudes. O preconceito não é um mal que se prolifera somente entre analfabetos e leigos, mas que é disseminado nos lugares mais improváveis, como em universidades e demais instituições de ensino. Diploma não dá humanidade a ninguém, isso é fato.
A pessoa então, atingida pelo preconceito, se torna, com o passar do tempo, exatamente aquilo que a pintaram, dando movimento ao círculo vicioso da criminalidade. Incorpora artifícios de defesa que vão desde o modo de andar, à indumentária, a música e outras manifestações culturais, ao porte de armas, e claro, ao uso delas.
O sol na moleira, a boca seca, o pé na poeira & a pedra na mão, lançada no menor sinal de provocação. Essa é a lei da selva, alimentada por “pessoas de bem”, capitalistas convictos, engolidos dia após dia pelo próprio sistema que adoram. A criminalidade é cria do capitalismo e agora é a hora do aborto. O mundo está em crise. O capitalismo, modelo fortemente difundido pelos Estados Unidos, mostrou as suas falhas. É hora de descobrir um novo mundo. De “braços dados ou não”.
olhodarua
O zine olhodarua é o jornalismo de rua, o jornalismo de muro, o jornalismo de botequim. É o jornalismo casado com a poesia, de mãos dadas com a literatura, amante da arte e do joão da esquina. O jornalismo que dispensa terninhos e laquê, quebra o protocolo e extrapola a pauta. E por que não?
(Encontrado no meu blog falido "zine olhodarua", um projeto impresso e online de fanzine)
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