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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

eu chamo amor


durmo cedo para ter a madrugada toda para mim. tanta coisa nessa cabeça de arabescos vermelhos: a morte do amigo, a doença da casa, a indigestão do outro, o trabalho intenso dos últimos dias, os novos parâmetros das visões de mundo e você. você é meu refúgio mais bonito. é contigo que construo a casa no campo, é do teu lado que me vejo. como se com você eu pudesse entrar em uma outra atmosfera, sabe? eu, no meio dessa multidão de caos, de repente pego na tua mão e já estou do outro lado. sinto uma paz tão grande quando te penso. como se eu pudesse ser o que sou e que tudo pudesse ficar bem, assim, de repente. penso que no meio dessa loucura toda dos diários, posso encontrar teu peito para descansar esses novelos de ideias bagunçadas. enrolar meu cabelo no teu abraço, casar minha mão com a tua. preciso passear com você. faz tanto tempo que não vivo. preciso te encontrar. esquecer das histórias tristes que ouço pelos becos do mundo. preciso de você. você chegou e me tirou daquele mar de palavras alheias que não me tocavam. você soube me puxar de volta. tocou no fundo, soube o que dizer. quem te ensinou as palavras mágicas? quero viajar com você e no largo dos dias te ver ensinando as tuas artes & ciências. quero uma vida simples. você pode vir e ficar, se quiser. ou me deixe fazer casa no teu espaço, construiremos tudo juntos. diz que podemos ser eternos, na rede, ao fim da tarde, com uma penca de sonhos para embalar. já vigiei demais a rouquidão dos versos. quero limpar o canal dessa dor. onde te encontro? como te encontro? já tracei o mapa nessa mente de desejos, agora falta te encontrar no fim do arco-íris. alguns chamam alienação; eu chamo amor.

3 comentários:

cafe disse...

Que texto lindo.

Rounds disse...

lindo fabita!

bj

Saulo Popov Zambiasi disse...

Belo texto, menina... Você anda com bastante inspiração. Poético. Beijos.