Escrevi sobre ele há muitos anos, no tempo de faculdade, no Jornal Passe a Folha. Uma conversa por telefone apenas, já que ele ainda morava na cidade de Lindóia do Sul (agora o andarilho mora em Xaxim), que resultou em uma espécie de reportagem da qual me orgulho, ainda que ele não tenha gostado e não tenha feito nenhum esforço para dizer isso.
Nos livros, as viagens de cores e dores desse poeta catarinense que pode ser visto facilmente nos bares do Velho Oeste com uma humildade e um anonimato no mínimo interessantes. O senti como meu Dean Moriarty particular – personagem principal do “On The Road”, do beat Jack Kerouac, já comentado aqui. Pois, talvez seja impossível conhecê-lo sem que sua vida seja transformada de alguma forma.
Aos 29 anos, nascido em 22 de agosto de 1981, Maraschin, por muito tempo, representou um personagem que fazia parte de um universo inacessível para mim. Como se ele fosse um remanescente de um tempo perdido, um guerreiro de terras mágicas e ancestrais, um sobrevivente dos tempos de rebeldia, de subúrbios que eu jamais ousei pisar com os mesmos pés que ele pisava.
Hoje já o vejo mais próximo. Talvez ele tenha se aproximado do meu mundo, talvez eu do dele, ou ambos. O dediquei cartas e poemas e agora dedico a ele uma crítica literária, com a vontade de fazer com que mais pessoas tenham acesso a esse poeta através desse registro, que guarda um pouco dessa estranha existência, de explosões de amor difuso.
“Certas ou não, as explosões continuam polindo os sonhos cadentes. Certo ou não, um curta metragem tecnicolor, exuberante e viçoso, se aproveita da cachuleta débil e destrói a sucata e os remendos deste longa metragem branco e preto.”
Um comentário:
vou conferir o trabalho do cara.
bj
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