Escrita livre e sem nexo (ou não?)
Quando vi as pin-ups cintilantes & luminescentes que desciam uma a uma pelo meu teto verde gritante, pensei ter caído em uma banheira de ácido lisérgico e me afogado tal qual um pássaro louco que não sabe voar e que se lança no ar. Mas logo percebi que era minha desmedida percepção, livre e suando frio nas noites caladas. Era ela e só ela, pura e natural percepção dos seres das cores.
Senti que eu era um ponto luminoso em meio a treva rasa e senti que somente eu poderia me soltar por mim. Olhei em volta daquele banheiro fétido e já bege pela sujeira e vi que meu choro era tão desesperado quanto a minha dor solitária. Olhei para aquele sanitário que exalava fluídos carnais dos mais diversos e me senti tão pequena e tão volúvel e foi então que eu decidi, como junkie que sou, me jogar para dentro da privada e ver no que ia dar.
Meus poros captavam as fibras estimulantes dos fluídos. Eu deslizava como uma fada dos campos esquecidos. Calma e constante fui chegando ao outro lado, cheguei ao outro lado do mundo daquele banheiro dos suicidas.
Não mais vi o sangue e as lâminas jogadas pelo chão; não mais vi minha cara deslavada estampada no espelho. Espelho cruel, tão cruel. Tu me fazes me trancar dentro de mim mesma, com vergonha de me expor aos outros humanos.
Mas naquele mundo nada disso mais existia. Naquele mundo eu era “Alice no País das Maravilhas”. Grande, pequena... Entrava pelas portas minúsculas da minha mente corroída. Ó mente infernal! Tantas celas eu visualizei nela, tantos monstros carnívoros, tantas poesias inacabadas...
Viajei pela minha estrondosa mente a noite toda. Pude salvar as donzelas que tentavam se jogar dos precipícios, salvei as lolitas que se prendiam nos espelhos, desvendei as pistas dos demônios em couro preto que cantavam para as rainhas das estradas, paradas nos acostamentos dos meus sonhos mais antigos.
Eu voei, meus caros, eu voei. Assim como nos velhos tempos, nos tempos de criança. Senti aquela sensação única de ser infantil outra vez, de poder dizer a verdade ao invés das mentiras maldosas.
Flutuei nos devaneios de verão, me aconcheguei nos cantos gélidos do inverno, conheci novas paragens em cima de uma folha seca de outono e dormi aconchegada em margaridas, cravos e jasmins.
Sim, eu pude. Sim e como pude...
Quando vi as pin-ups cintilantes & luminescentes que desciam uma a uma pelo meu teto verde gritante, pensei ter caído em uma banheira de ácido lisérgico e me afogado tal qual um pássaro louco que não sabe voar e que se lança no ar. Mas logo percebi que era minha desmedida percepção, livre e suando frio nas noites caladas. Era ela e só ela, pura e natural percepção dos seres das cores.
Senti que eu era um ponto luminoso em meio a treva rasa e senti que somente eu poderia me soltar por mim. Olhei em volta daquele banheiro fétido e já bege pela sujeira e vi que meu choro era tão desesperado quanto a minha dor solitária. Olhei para aquele sanitário que exalava fluídos carnais dos mais diversos e me senti tão pequena e tão volúvel e foi então que eu decidi, como junkie que sou, me jogar para dentro da privada e ver no que ia dar.
Meus poros captavam as fibras estimulantes dos fluídos. Eu deslizava como uma fada dos campos esquecidos. Calma e constante fui chegando ao outro lado, cheguei ao outro lado do mundo daquele banheiro dos suicidas.
Não mais vi o sangue e as lâminas jogadas pelo chão; não mais vi minha cara deslavada estampada no espelho. Espelho cruel, tão cruel. Tu me fazes me trancar dentro de mim mesma, com vergonha de me expor aos outros humanos.
Mas naquele mundo nada disso mais existia. Naquele mundo eu era “Alice no País das Maravilhas”. Grande, pequena... Entrava pelas portas minúsculas da minha mente corroída. Ó mente infernal! Tantas celas eu visualizei nela, tantos monstros carnívoros, tantas poesias inacabadas...
Viajei pela minha estrondosa mente a noite toda. Pude salvar as donzelas que tentavam se jogar dos precipícios, salvei as lolitas que se prendiam nos espelhos, desvendei as pistas dos demônios em couro preto que cantavam para as rainhas das estradas, paradas nos acostamentos dos meus sonhos mais antigos.
Eu voei, meus caros, eu voei. Assim como nos velhos tempos, nos tempos de criança. Senti aquela sensação única de ser infantil outra vez, de poder dizer a verdade ao invés das mentiras maldosas.
Flutuei nos devaneios de verão, me aconcheguei nos cantos gélidos do inverno, conheci novas paragens em cima de uma folha seca de outono e dormi aconchegada em margaridas, cravos e jasmins.
Sim, eu pude. Sim e como pude...
Nenhum comentário:
Postar um comentário