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terça-feira, 5 de outubro de 2010

(não) abra a janela

me livre desse sentimento incoerente, de querer deixar entrar grandes diabos pela minha janela. me livre dos bichos que usurpam deuses nas florestas detrás das minhas vidraças e fazem das carcaças, máscaras fantasiosas. teus dedos se calaram outra vez. falaram e calaram. tuas palavras fantasmagóricas no vácuo das horas fazem em mim abismo & desejo. e as minhas palavras não lidas são ainda o que me mantém viva. tenho pena de quem te adula e tenho pena de mim, afogada nessa enrascada que me meti, no matadouro de um grande diabo subjugador de mentes em excitação, nesse baile de máscaras & músicas que me perfuram letais. ainda vou morrer nos teus braços, lobo em cativeiro. ainda nos morderemos até ver o sangue inundar nossas bocas que não se desunem. e na noite despida, velada pela ursa maior, casarei minha alma com a tua. bruxa da montanha, arrancarei de ti o delírio do pulso. te espero, com vontade e com medo,

ela.

Um comentário:

Josi Puchalski disse...

Amei. amei tudo que tem por aqui. vou te linkar lá no Eutimia! Bjo