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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sexo (in)frágil


Talvez não seja esse o livro mais bem escrito até hoje, mas ele é instigante. “As Mulheres Mais Perversas da História”, de Shelley Klein, lançado em 2003, une quinze perfis das personalidades femininas mais bizarras de todos os tempos, como a lolita Valéria Messalina. Encantou legiões de homens e é conhecida, desde o Império Romano até hoje, como sinônimo de adultério e assassinato.
Messalina dizia ter presságios de morte toda vez que se sentia ameaçada, conseguindo o que queria do esposo, o Imperador Cláudio. Suas peripécias eram astutas. Convenceu o marido a pedir a todos que respeitassem seus mais descabidos desejos, o que incluía, sem o conhecimento do esposo, a relação com homens que despertassem seu interesse, que se tornavam seus amantes.
Mais do que um livro de curiosidades, uma obra de história sobre mulheres, chamadas de sexo frágil, que chocaram a sociedade por cometerem atos horrendos, típicos do sexo masculino. Julgadas, não só pelos atos em si, mas por serem mulheres, aquelas que trazem a vida, que deveriam zelar e cuidar da humanidade como mães do mundo.
Um dos opostos dessa lógica foi Aileen Carol Wuornos, a amante da morte. Assassina da estrada, matou sete homens. “(...) Começou a viajar pelo país de carona, ganhando dinheiro com a prostituição. (...) Andava à deriva, numa vida regada a álcool, drogas, prostituição e pequenos delitos.” Vida que acabou indo para o cinema, com o filme “Monster – Desejo Assassino”, de 2003.
Imperatrizes romanas, filhas invejosas, donas de casa entediadas. Algumas, executadas. Outras, ainda mofam na prisão. O destino dessas mulheres não foi nada doce, ainda que entre elas uma ou outra tenha escapado da justiça. O livro mostra que as circunstâncias de vida e as pressões sociais sofridas pelas mulheres, muitas vezes provocadas pelos homens (como é o caso de Karla Homolka), chegam a provocar piedade, mais do que desejo de condenação.

(Publicado no Caderno Comportamento em 21 de agosto de 2010)

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