A partir dessa semana, serei eu, Fabiane De Carli Tedesco, formada em Jornalismo pela Unochapecó, amante de livros desde a infância e, recentemente, de Jornalismo Literário, que escreverei críticas literárias para o Caderno Comportamento.
Odeio apresentações. Portanto, perdoem meu ar piegas, mas tenho que admitir que estou imensamente feliz por ocupar essas linhas. É que é um sonho de anos, até então ensaiado apenas sem fins lucrativos.
Nesse espaço, quero trazer obras atuais ou não, afamadas ou não, que possam interessar os meus leitores, livros que tenham um bom conteúdo para ser esmiuçado, como esse, da primeira edição.
Uma obra que trata de comportamento humano, de relações entre homens e mulheres, de visões que fogem léguas do senso comum. Livro atual, de crônicas leves, esperado por mim, quase ao lado da caixa de correio, com grande ansiedade.
Não quero parecer mandona, mas acho que todos os homens do mundo deveriam ler “Mulher Perdigueira”, do autor gaúcho, Fabrício Carpinejar, para saber como é que se faz para lidar com as mulheres.
Já a primeira crônica do livro – com textos pequenos, fáceis de se ler, “Quero uma mulher perdigueira”, que dá nome à obra, Carpinejar apresenta uma visão incomum para um homem contemporâneo: “Quero uma mulher perdigueira, possessiva, que me ligue a cada quinze minutos para contar de uma ideia ou de uma nova invenção para salvar as finanças, quero uma mulher que ame meus amigos e odeie qualquer amiga que se aproxime. Que arda de ciúme imaginário para prevenir o que nem aconteceu. Que seja escandalosa na briga e me amaldiçoe se abandoná-la.”
A mulher que ninguém quer, ele quer. Isso porque acredita que aquele que aspira o conforto, deve se manter solteiro. Pois, para ele, no amor, às vezes é preciso “abandonar a filosofia pessimista, a inteligência solteira do botequim e se declarar apaixonado”, como cita na crônica “A culpa é do Keep Cooler”.
Uma das características mais encantadoras desse livro, é a transformação do “tédio em poesia”, numa alusão a Cazuza. Na crônica “Uma Cor Esquecida”, ele faz de um ato simples e cotidiano, de estender a roupa, uma experiência rica de significados, que pode esconder manifestações de amor nas entrelinhas.
Ah, me arrependo do meu início. Quando disse que todos os homens do mundo deveriam ler esse livro, precisaria ter acrescentado: e todas as mulheres também. Carpinejar fala, na maior parte do tempo, o que nós gostaríamos de ouvir. Grande sacada, que deve ter aumentado o seu público feminino leitor. Ao lê-lo, muitas das mulheres podem ter pensado: “Será que ele é solteiro? Porque se não for...” Ou pelo menos sondaram a possibilidade de encontrar um homem como ele, perdido entre os meros mortais.
Sem dúvidas, Fabrício não é uma figura típica. Falo do olhar, do rosto, do toque e principalmente de toda a alma que escancara em seus escritos. E conhece-lo, de certa forma, já não é tão difícil. O moço mantém um blog interessantíssimo (http://carpinejar.blogspot.com) e é seguido por mais de 44 mil pessoas no Twitter (@carpinejar), espaço que ele usa com freqüência para jogar frases inteligentes no vácuo dos 140 caracteres.
Creio que aí desponta um novo (e novo mesmo, porque ele nasceu em 1972) escritor do Rio Grande do Sul, digno de admiração. Difícil de passar despercebido, Carpinejar em “Mulher Perdigueira”, não dá chances para o desdém, é todo anti-blasé, felizmente. Algo que deixa claro na última frase da contracapa do seu livro: “Porque amar não é um vexame. Escândalo mesmo é a indiferença.”
Título: Mulher Perdigueira
Autor: Fabrício Carpinejar
Editora: Bertrand Brasil
Categoria: Crônicas
Ano: 2010
Odeio apresentações. Portanto, perdoem meu ar piegas, mas tenho que admitir que estou imensamente feliz por ocupar essas linhas. É que é um sonho de anos, até então ensaiado apenas sem fins lucrativos.
Nesse espaço, quero trazer obras atuais ou não, afamadas ou não, que possam interessar os meus leitores, livros que tenham um bom conteúdo para ser esmiuçado, como esse, da primeira edição.
Uma obra que trata de comportamento humano, de relações entre homens e mulheres, de visões que fogem léguas do senso comum. Livro atual, de crônicas leves, esperado por mim, quase ao lado da caixa de correio, com grande ansiedade.
Não quero parecer mandona, mas acho que todos os homens do mundo deveriam ler “Mulher Perdigueira”, do autor gaúcho, Fabrício Carpinejar, para saber como é que se faz para lidar com as mulheres.
Já a primeira crônica do livro – com textos pequenos, fáceis de se ler, “Quero uma mulher perdigueira”, que dá nome à obra, Carpinejar apresenta uma visão incomum para um homem contemporâneo: “Quero uma mulher perdigueira, possessiva, que me ligue a cada quinze minutos para contar de uma ideia ou de uma nova invenção para salvar as finanças, quero uma mulher que ame meus amigos e odeie qualquer amiga que se aproxime. Que arda de ciúme imaginário para prevenir o que nem aconteceu. Que seja escandalosa na briga e me amaldiçoe se abandoná-la.”
A mulher que ninguém quer, ele quer. Isso porque acredita que aquele que aspira o conforto, deve se manter solteiro. Pois, para ele, no amor, às vezes é preciso “abandonar a filosofia pessimista, a inteligência solteira do botequim e se declarar apaixonado”, como cita na crônica “A culpa é do Keep Cooler”.
Uma das características mais encantadoras desse livro, é a transformação do “tédio em poesia”, numa alusão a Cazuza. Na crônica “Uma Cor Esquecida”, ele faz de um ato simples e cotidiano, de estender a roupa, uma experiência rica de significados, que pode esconder manifestações de amor nas entrelinhas.
Ah, me arrependo do meu início. Quando disse que todos os homens do mundo deveriam ler esse livro, precisaria ter acrescentado: e todas as mulheres também. Carpinejar fala, na maior parte do tempo, o que nós gostaríamos de ouvir. Grande sacada, que deve ter aumentado o seu público feminino leitor. Ao lê-lo, muitas das mulheres podem ter pensado: “Será que ele é solteiro? Porque se não for...” Ou pelo menos sondaram a possibilidade de encontrar um homem como ele, perdido entre os meros mortais.
Sem dúvidas, Fabrício não é uma figura típica. Falo do olhar, do rosto, do toque e principalmente de toda a alma que escancara em seus escritos. E conhece-lo, de certa forma, já não é tão difícil. O moço mantém um blog interessantíssimo (http://carpinejar.blogspot.com) e é seguido por mais de 44 mil pessoas no Twitter (@carpinejar), espaço que ele usa com freqüência para jogar frases inteligentes no vácuo dos 140 caracteres.
Creio que aí desponta um novo (e novo mesmo, porque ele nasceu em 1972) escritor do Rio Grande do Sul, digno de admiração. Difícil de passar despercebido, Carpinejar em “Mulher Perdigueira”, não dá chances para o desdém, é todo anti-blasé, felizmente. Algo que deixa claro na última frase da contracapa do seu livro: “Porque amar não é um vexame. Escândalo mesmo é a indiferença.”
Título: Mulher Perdigueira
Autor: Fabrício Carpinejar
Editora: Bertrand Brasil
Categoria: Crônicas
Ano: 2010
(Publicado no Caderno Comportamento em 7 de agosto de 2010)
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