O filme será exibido nesse sábado (19), das 20h às 22h, no Cine Teatro do Sesc. Faz parte de uma trilogia, na qual também estão incluídos os filmes 21 Gramas e Babel, do mesmo diretor
Auxiliar da biblioteca do Sesc, Cleber Bicigo conta que o filme faz parte de uma trilogia, na qual também estão incluídos os dois filmes: 21 Gramas (2003) e Babel (2006), do mesmo diretor. Iñarritu ainda dirigiu, entre outros filmes, o famoso documentário 11'09"01 - September 11 (2002).
“Os filmes têm um tempo narrativo não cronológico. É uma narrativa fragmentada. Dentro dos fragmentos, percebemos qual é a história que vai ser contada. No caso de Amores Brutos, ele começa com um acidente entre dois carros e, a partir disso, as histórias vão sendo desamarradas”, comenta Cleber. São personagens de classes sociais diferentes, cujas histórias de vida culminam nesse acidente. Depois do primeiro impacto em que as vidas se chocam, o filme remonta os momentos que levaram a chegar ao encontro entre os dois carros. “As vidas que se chocaram, em uma esquina, cada uma com uma história diferente a ser contada”, explica. A conexão dos três filmes está na narrativa. “O grande lance é a forma narrativa”, diz Bicigo.
Abrindo o debate
Quem complementa é a atriz e diretora chapecoense Inajá Neckel. “Não é um filme aristotélico (ou seja, linear). Não é nada aristotélico. Isso eu achei fantástico. Fui mais pela sensação quando assisti. Pela imagem e sensação. É terrível porque há uma impossibilidade dos personagens de lidarem com a situação”, revela a atriz. Inajá fala em especial da personagem Valeria – uma modelo que se envolve no acidente e, de cadeira de rodas, olha para a própria imagem do passado recente através de um outdoor.
Entre os filmes da trilogia, Amores Brutos é o favorito de Inajá. Ela salienta a parceria entre o diretor e o roteirista do filme, Guillermo Arriaga (indicado ao Ariel por Roteiro original). Arriaga, segundo Inajá, interferia na direção, embora tivesse a proposta da dramaturgia. “A dramaturgia é muito importante. É o diferencial do filme. As imagens são ótimas; os atores também, mas a dramaturgia é onde o filme dá o salto.” Ela enfatiza que o filme conduz o espectador e não dá muitas pistas do desfecho, ou seja, lança surpresas ao longo da história.
De certa forma, a trilogia marcada pelo tempo narrativo não cronológico, se assemelha ao trabalho de um diretor norte-americano muito conhecido: Quentin Tarantino, que procura uma visão não-linear dentro de suas produções. Entretanto, Cleber vê certa diferença entre os diretores. “Tarantino trabalha com a narrativa fragmentada, porém de uma mesma história; na trilogia de Iñarritu, a narrativa fragmentada é trabalhada na mesma perspectiva, mas são várias histórias diferentes que se unem, que culminam em um dado momento, em um único momento.”
Um comentário:
GRANDE perfil Fabi! quem dera que a maioria dos jornalistas dessa cidade fosse como Fabita! coragem e criatividade pra evocar e falar de coisas quase 'intocáveis'..
pronto, comentei!!
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