“O Marido Complacente” é um clássico do libertino Marquês de Sade. Contos reunidos, escritos com técnica exímia – fato que caracterizou Sade, quem deu origem ao termo sadismo, denotando a excitação e prazer provocados pelo sofrimento alheio. Escritor e filósofo francês, Donatien Alphonse-François de Sade ou simplesmente Marquês de Sade, dá uma amostra fiel de seu universo literário e pessoal através de “O Marido Complacente.”
Num raro ensaio sobre a arte da escrita, disse que um escritor deveria “pintar os homens tais como são”. E como há subjetividade e dificuldade nessa tarefa. Mas, ainda assim, Sade tentou ser coerente a esse conceito, a seu modo, tanto na literatura como na sua própria vida. Viveu encarcerado por muito tempo, ao passo que perversões não faltaram nos seus dias, fiéis aos seus delírios mais sinceros. Ofereceu à história uma ampla obra, complexa, repleta de um tormento (e de uma qualidade) inquestionável, segundo críticos.
Em pleno Século 18, em meio à Revolução Francesa, uma das mais perigosas figuras foi, sem dúvidas, Marquês de Sade. Uma pessoa contraditória, por vezes brilhante e sensível; outras, egoísta e demoníaca. Foi com espalhafato que continua a chocar, mesmo no Século 21. Seu legado provoca quebras de tabus. Publicou romances eróticos, foi banido da administração de Napoleão e passou os últimos anos de vida num sanatório. Hoje, um mito.
No trecho do conto “O Corno de Si Mesmo ou A Conciliação Inesperada”, uma pitada das picantes passagens de Sade, que escandalizou o seu tempo. “A amante do sr. de Raneville não era uma profissional, mas mulher casada e por isso mais excitante, pois, diga-se o que quiser, o salzinho do adultério valoriza não raro o prazer.”
Ele nasceu em Paris, no ano de 1740, tendo morrido no sanatório, em 1814. Entre suas obras, “Diálogo entre um Padre e um Moribundo” (1782); “Os 120 dias de Sodoma” (1785); “Os infortúnios da virtude” (1788); “La philososophie dans le boudoir” (1795); e “Os crimes do amor” (1800).
Já no ano 2000, Marquês de Sade ganhou a sétima arte em “Contos Proibidos de Marquês de Sade”, cujo título original é “Quills”. Se trata de um drama norte-americano, dirigido por Philip Kaufman. No elenco, ninguém menos do que Kate Winslet, no papel de Madeleine, e Geoffrey Rush, como Marquês de Sade.
“...e que nada nem ninguém é mais importante do que nós próprios. E não devemos negar-nos nenhum prazer, nenhuma experiência, nenhuma satisfação, desculpando-nos com a moral, a religião ou os costumes.” (Marquês de Sade)
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