Entre a harmonia e o ar, procurei encontrar os nomes das músicas que invadiram o café de melodias, vindas de dois homens ou de uma multidão que compõe a Sociedade Sonora. Depois, foi a vez do Trevo de Quatro Folhas trazer o ritual místico da música aos ouvidos dos visitantes noturnos da Quinta Autoral
Sociedade Sonora e Trevo de Quatro Folhas invadiram o ar de melodias na Quinta Autoral de Música do Café Brasiliano, dia 10 de fevereiro.
Dois homens ou uma multidão
Primeiro, a sociedade de apenas dois homens, Antonio Marcos (Tonho) e Winston Gambatto, trouxe uma multidão de sensações através dos acordes dos violões, com músicas instrumentais de nomes interessantes, que procurei encontrar entre a harmonia e o ar.
Os dois faziam parte da extinta banda chapecoense Plug and Play. Tinham algumas ideias de composições e resolveram uni-las. “Eu pegava uma música minha e ele colocava algo nessa música. E vice e versa. Começamos a compor juntos. Novas músicas surgiram”, conta Winston. Algumas das músicas tocadas no café, na primeira apresentação da Sociedade Sonora, são ideias unidas de Tonho e Winston.
A Sociedade Sonora surgiu para dar vazão à grande vontade de tocar que os dois tinham. Uma brincadeira de violão, instrumento estudado por Winston, conhecedor de violão clássico. “Nunca fui regrado nessa questão de estudo, mas sempre tive vontade de criar algo meu. E o violão é um instrumento que permite isso.”
Brincadeira recente: são apenas seis meses de criação da Sociedade Sonora. “Pensei: ‘O que a gente pode fazer, entre eu e você, já que a gente gosta de tomar cerveja juntos, se reúne bastante nos sábados, domingos, fazendo experiências musicais? Tocar violão’”, fala Tonho.
Foi uma surpresa para Winston o que eles conseguiram fazer com dois violões e os rumos que a música tomou através desse trabalho. Conseguiram fazer na Sociedade o que não estavam conseguindo em outros projetos musicais paralelos. “Curtir o som pelo som. Fazer uma apresentação, não era a questão”, completa Tonho.
Músicas com nomes peculiares, como Labut e Bolinho de Chuva. A primeira, por exemplo, é um tratado sobre o trabalho, a invariabilidade do ciclo da busca pelo dinheiro, que traz frustração, na visão do letrista Antonio. “Tu entra no cansaço, na rotina. E a rotina é uma coisa que mata. Mas, às vezes, no meio dessa rotina você consegue despertar.” Bolinho de Chuva é uma música que remete a uma sensação de tranqüilidade de um dia de chuva e de ócio, que carrega em si toda a mística própria da música instrumental.
Como diz Tonho, a música instrumental beira à mística pelo fato de não usar a narrativa (letra) e possuir um título que transporta uma imagem. “A partir dessa imagem, associada ao movimento do som, cada um cria a sua história. O grande desafio da música instrumental é passar aquilo que está escondido no título, no movimento do som.”
A mística da música também mora na narrativa
Os dois faziam parte da extinta banda chapecoense Plug and Play. Tinham algumas ideias de composições e resolveram uni-las. “Eu pegava uma música minha e ele colocava algo nessa música. E vice e versa. Começamos a compor juntos. Novas músicas surgiram”, conta Winston. Algumas das músicas tocadas no café, na primeira apresentação da Sociedade Sonora, são ideias unidas de Tonho e Winston.
A Sociedade Sonora surgiu para dar vazão à grande vontade de tocar que os dois tinham. Uma brincadeira de violão, instrumento estudado por Winston, conhecedor de violão clássico. “Nunca fui regrado nessa questão de estudo, mas sempre tive vontade de criar algo meu. E o violão é um instrumento que permite isso.”
Brincadeira recente: são apenas seis meses de criação da Sociedade Sonora. “Pensei: ‘O que a gente pode fazer, entre eu e você, já que a gente gosta de tomar cerveja juntos, se reúne bastante nos sábados, domingos, fazendo experiências musicais? Tocar violão’”, fala Tonho.
Foi uma surpresa para Winston o que eles conseguiram fazer com dois violões e os rumos que a música tomou através desse trabalho. Conseguiram fazer na Sociedade o que não estavam conseguindo em outros projetos musicais paralelos. “Curtir o som pelo som. Fazer uma apresentação, não era a questão”, completa Tonho.
Músicas com nomes peculiares, como Labut e Bolinho de Chuva. A primeira, por exemplo, é um tratado sobre o trabalho, a invariabilidade do ciclo da busca pelo dinheiro, que traz frustração, na visão do letrista Antonio. “Tu entra no cansaço, na rotina. E a rotina é uma coisa que mata. Mas, às vezes, no meio dessa rotina você consegue despertar.” Bolinho de Chuva é uma música que remete a uma sensação de tranqüilidade de um dia de chuva e de ócio, que carrega em si toda a mística própria da música instrumental.
Como diz Tonho, a música instrumental beira à mística pelo fato de não usar a narrativa (letra) e possuir um título que transporta uma imagem. “A partir dessa imagem, associada ao movimento do som, cada um cria a sua história. O grande desafio da música instrumental é passar aquilo que está escondido no título, no movimento do som.”
A mística da música também mora na narrativa
Já o Trevo de Quatro Folhas, composto por Aldriano Junior Milani, Antonio Marcos (Tonho), Jakson Kreuz, Priscila Maboni e Rodrigo Brivio, traz a mística da música instrumental, em longas passagens, remetendo ao progressivo, com a narrativa poética do letrista Antonio Marcos que, feito pássaro alado, saiu de um projeto pousando quase que imediatamente em outro naquela noite.
“Me sinto feito pássaro novo, viajante, longe do ninho, não quero mais não ser gente grande, bom mesmo é ser passarinho!” O refrão de Pássaro Alado, colado na parede em cartolina e escrito à mão, vinha suave de Priscila Maboni, ex-integrante da banda Dorothy, que vestida de personagem de música, entra nas canções e lá se instala, até o show acabar. “Sou o personagem que está na música. Não tem como ficar imune à letra que você está cantando. Tu sente a música e canta.”
A história desse projeto é antiga. A primeira gravação com esse nome aconteceu em 2004. Tocavam/cantavam, em períodos de latência. O Trevo de Quatro Folhas é mais uma das vontades de Tonho, que não cabia nos projetos musicais que ele fazia parte. Um “plano b” particular, feito em casa, varando a madrugada. Músicas introspectivas, com o olhar de alguém parado observando o mundo. “Se eu te dissesse que tal música, foi feita de tal forma, com tal intenção e em tal dia, seria mentira. São histórias, minhas histórias. Coisas que eu vivi, por muitos anos, coisas tristes, divertidas...”
Algumas letras têm seis, sete anos de existência. Porém, mais da metade do show da Quinta Autoral, foi de músicas inéditas, que nunca foram tocadas ao vivo. “Nunca tocamos desse jeito. Desse jeito, nunca tinha acontecido.” Antonio conheceu Jakson, irmão de música, ainda no tempo dos Bauretes Quizofônicos – o primeiro que aderiu à idéia do Trevo de Quatro Folhas. Depois, veio Priscila. Aldriano e Rodrigo, Tonho conheceu recentemente, através de uma outra banda.
História de oito, nove anos, impossível de ser sintetizada em minutos desconfortáveis e gravados de conversa. Mas Tonho tenta. Diz que a banda une folk, elementos de rock, incluindo progressivo, e elementos aleatórios. Desses, alguns surgiram de Beirut, que se aproxima da música folclórica, pela composição dos instrumentos.
Com essa formação, a banda ainda não havia tocado, pois a formação atual data de três semanas, sendo que houve apenas dois ensaios com essa formação antes do show. Uma das apresentações memoráveis do Trevo de Quatro Folhas aconteceu no FEMIC (Festival da Música e da Integração Catarinense), porém com outra formação. “Essa é a melhor formação que a banda já teve”, lança Tonho, dizendo que o Trevo teve tentativas mais elétricas.
“Se eu tivesse que te resumir, o Trevo de Quatro Folhas é feito de coisas que eu deixei em segundo plano, não por culpa dos outros, mas por minha culpa. Eu sou o maior culpado”, afirma ele, que começou a fazer música no dia em que soube de um curso de violão no colégio. “O dia em que eu escolhi o violão, comecei a fazer música. Eu era criança. O dia em que eu escrevi a minha primeira poesia triste sobre o mundo, comecei a fazer música. E eu gosto do rock porque ele me dá a possibilidade de eu fazer o que quiser com a música. Isso que a gente fez, pode-se dizer que é rock. Mas pode-se dizer que não é”, revela Antonio. “Tudo o que somos, isso tudo, é o Trevo”, resume, por fim, Priscila.
“Me sinto feito pássaro novo, viajante, longe do ninho, não quero mais não ser gente grande, bom mesmo é ser passarinho!” O refrão de Pássaro Alado, colado na parede em cartolina e escrito à mão, vinha suave de Priscila Maboni, ex-integrante da banda Dorothy, que vestida de personagem de música, entra nas canções e lá se instala, até o show acabar. “Sou o personagem que está na música. Não tem como ficar imune à letra que você está cantando. Tu sente a música e canta.”
A história desse projeto é antiga. A primeira gravação com esse nome aconteceu em 2004. Tocavam/cantavam, em períodos de latência. O Trevo de Quatro Folhas é mais uma das vontades de Tonho, que não cabia nos projetos musicais que ele fazia parte. Um “plano b” particular, feito em casa, varando a madrugada. Músicas introspectivas, com o olhar de alguém parado observando o mundo. “Se eu te dissesse que tal música, foi feita de tal forma, com tal intenção e em tal dia, seria mentira. São histórias, minhas histórias. Coisas que eu vivi, por muitos anos, coisas tristes, divertidas...”
Algumas letras têm seis, sete anos de existência. Porém, mais da metade do show da Quinta Autoral, foi de músicas inéditas, que nunca foram tocadas ao vivo. “Nunca tocamos desse jeito. Desse jeito, nunca tinha acontecido.” Antonio conheceu Jakson, irmão de música, ainda no tempo dos Bauretes Quizofônicos – o primeiro que aderiu à idéia do Trevo de Quatro Folhas. Depois, veio Priscila. Aldriano e Rodrigo, Tonho conheceu recentemente, através de uma outra banda.
História de oito, nove anos, impossível de ser sintetizada em minutos desconfortáveis e gravados de conversa. Mas Tonho tenta. Diz que a banda une folk, elementos de rock, incluindo progressivo, e elementos aleatórios. Desses, alguns surgiram de Beirut, que se aproxima da música folclórica, pela composição dos instrumentos.
Com essa formação, a banda ainda não havia tocado, pois a formação atual data de três semanas, sendo que houve apenas dois ensaios com essa formação antes do show. Uma das apresentações memoráveis do Trevo de Quatro Folhas aconteceu no FEMIC (Festival da Música e da Integração Catarinense), porém com outra formação. “Essa é a melhor formação que a banda já teve”, lança Tonho, dizendo que o Trevo teve tentativas mais elétricas.
“Se eu tivesse que te resumir, o Trevo de Quatro Folhas é feito de coisas que eu deixei em segundo plano, não por culpa dos outros, mas por minha culpa. Eu sou o maior culpado”, afirma ele, que começou a fazer música no dia em que soube de um curso de violão no colégio. “O dia em que eu escolhi o violão, comecei a fazer música. Eu era criança. O dia em que eu escrevi a minha primeira poesia triste sobre o mundo, comecei a fazer música. E eu gosto do rock porque ele me dá a possibilidade de eu fazer o que quiser com a música. Isso que a gente fez, pode-se dizer que é rock. Mas pode-se dizer que não é”, revela Antonio. “Tudo o que somos, isso tudo, é o Trevo”, resume, por fim, Priscila.
3 comentários:
Oi Fabi!
Emocionando os parentes da mãe da vocalista!
:D
Beijo!
Tinha que ter um som deles para podermos escutar
Massa a iniciativa
Beijoss
Tb to seguindo ;)
http://www.estilodistinto.com/
http://palcomp3.com/trevodequatrofolhas/
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