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sábado, 26 de março de 2011

o encarcerado

tolo, acha que rege o tempo. o tempo é de chronos, não de meros bobos da corte. te vi pendurado, encarcerado, sendo encontrado por um telefone móvel. quase rezei e agradeci por ser livre, ainda que morta de fome e sem teto. fiz greve de fome e fumei luxus até a cabeça estourar. 10 de junho, prometeu. seu prazo final. humanos também têm prazo de validade, o meu expira em dois meses e meio. me asfixiei na tua fumaça tóxica, me senti feito um rato, morte lenta. se eu pudesse ver o futuro, no passado, me mataria antes de ver esse futuro presente. encontrei as oito maravilhas do mundo ontem. nenhuma delas tinha respostas. para que serve o talento? para enlouquecer, simplesmente. escute, não sou das tuas. observe eu mudar. nasci lagarto, em metamorfose, transformei-me em camaleão. não fico no mesmo lugar. se pudesse ver os antepassados do meu sangue, talvez visse os ciganos. tive um sonho erótico. quase vomitei. ainda dentro do sonho, saí por uma estrada chuvosa repleta de barro, em direção a uma rodoviária que se mantinha fechada na madrugada. de lá, fui parar em um hotel que não conhecia horário. dali te pintaria como o encarcerado dentro de um relógio em processo de derretimento. visão do inferno. visão. inferno. calam-se as bocas.

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