Viciei em Plínio Marcos. Acabo de ler “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, depois de ter lido “Uma Reportagem Maldita (Querô)”, “Navalha na Carne”, “Quando as Máquinas Param” e ter começado a biografia “Bendito Maldito”, escrita por Oswaldo Mendes, que não vejo a hora de devorar (o livro, que fique bem claro). Já falei tanto dele, nem sei se me falta algum comentário ou adjetivo, mas é que Plínio me inspira. Gosto dos cenários simples e rústicos que ele apresenta em suas peças. A linguagem direta, as gírias de rua, o temperamento esquentado dos personagens, que ora tentam dialogar, ora caem na pancadaria. “Poff... E o cara caiu que nem um balão apagado”, diz uma das falas de Paco, um dos perdidos na noite suja.
E não é pancadaria por simples pancadaria. É a vida do gueto sendo mostrada para uma elite leitora ou espectadora. Um par de sapatos, como pivô de uma briga. Um par de sapatos, como salvador de vidas. Como se um “pisante” novo pudesse mudar todo um contexto social doente, em que estão submetidos Pacos e Tonhos do Brasil.
Tive a sorte de ver a peça “Dois Perdidos Numa Noite Suja” em ação, com o melhor ator de Chapecó, senão o melhor do oeste catarinense, Jonas Martins, que agora interpreta os malditos em palcos da cidade de Cruz e Souza. E que saudades que me deu.
Foi ele quem me apresentou, indiretamente, Plínio Marcos. Mas é claro que ele não está nem aí. Odeia ser considerado ou elogiado, principalmente em noites perdidas de bebedeira. Tanto Plínio, como Jonas, são caras que vivem na margem de seu tempo, falam o que muitos querem dizer, só que não dizem por medo das reações, medo da censura que não acaba nunca.
Não vejo caras mais dignos de admiração do que esses dois, unidos por paixões em comum: o teatro, a literatura e os quartos de hospedaria de última categoria; desunidos pela geografia, pelos anos, pela morte, pelo acaso ou pelo destino. Jonas, sou cria tua. Plínio, quando crescer quero ser como você.
Título: Dois Perdidos Numa Noite Suja
Autor: Plínio Marcos
Categoria: Teatro
Ano: 1966
E não é pancadaria por simples pancadaria. É a vida do gueto sendo mostrada para uma elite leitora ou espectadora. Um par de sapatos, como pivô de uma briga. Um par de sapatos, como salvador de vidas. Como se um “pisante” novo pudesse mudar todo um contexto social doente, em que estão submetidos Pacos e Tonhos do Brasil.
Tive a sorte de ver a peça “Dois Perdidos Numa Noite Suja” em ação, com o melhor ator de Chapecó, senão o melhor do oeste catarinense, Jonas Martins, que agora interpreta os malditos em palcos da cidade de Cruz e Souza. E que saudades que me deu.
Foi ele quem me apresentou, indiretamente, Plínio Marcos. Mas é claro que ele não está nem aí. Odeia ser considerado ou elogiado, principalmente em noites perdidas de bebedeira. Tanto Plínio, como Jonas, são caras que vivem na margem de seu tempo, falam o que muitos querem dizer, só que não dizem por medo das reações, medo da censura que não acaba nunca.
Não vejo caras mais dignos de admiração do que esses dois, unidos por paixões em comum: o teatro, a literatura e os quartos de hospedaria de última categoria; desunidos pela geografia, pelos anos, pela morte, pelo acaso ou pelo destino. Jonas, sou cria tua. Plínio, quando crescer quero ser como você.
Título: Dois Perdidos Numa Noite Suja
Autor: Plínio Marcos
Categoria: Teatro
Ano: 1966
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