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domingo, 27 de junho de 2010

(de)componho

músicas de cabaré em espiral na cabeça já pesada de orgias. trocaria todas as noites nos bares por uma noite ao teu lado. uma despedida, um adeus caloroso, um começo sem meio e fim, uma chance de não deixar isso tudo morrer. a consciência de toda uma vida na ponta dos dedos. aqui, eu inteira, esperando o momento de agir, de me deixar entrar. bato na tua porta, toco a campainha. intrusa, desvendo tua solidão & a minha. do décimo primeiro, flutuamos. me deixa tocar no teu rosto, num ritual de almas, de lábios perfeitos um para o outro, que não se encontram há tanto tempo. vaporosos, sentimos a noite & as horas são séculos. vim de trem, vim no vento, segui o resto de amor guardado no peito. sou da cor que me pintar. “sou tua deusa, meu amor”. viajei no tempo, meu espaço é teu quarto, teu corpo, meu esconderijo. faço casa no teu cobertor, anarquias no corredor, rimas pobres com teu falso amor. perdi a decência na última esquina, tento escolher as palavras para não te assustar, fracasso. só sei falar as minhas verdades: te amo. volto ao mundo cruel. consumo mais um cigarro, uma bebida barata, durmo para esquecer. morri. nada mais do que uma flor mofada no canto da sala.


(acesso inexistente de um lapso de amor)

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