“Breviário Amoroso” é uma peça interativa e cômica, repleta de piadas, contadas por dois clowns, interpretados por Clodoaldo Calai e o ator argentino Alejandro Abdala
O amor em cena. O espetáculo “Breviário Amoroso”, da Cia Muiraquitã de Arte e Espetáculos, aconteceu no Sesc (Serviço Social do Comércio) na tarde de ontem (17). Uma peça interativa e cômica, repleta de piadas, contadas por dois clowns, interpretados por Clodoaldo Calai e o ator argentino Alejandro Abdala, licenciado em Interpretação e Direção Teatral pelo Conservatório Nacional de Arte Dramática de Buenos Aires, instrutor de teatro e de circo.
“É uma mistura de teatro dramático com stand up. Uma comédia bastante ligeira, ágil”, conta Clodoaldo Calai, mestre e doutorando em teatro pela UFSC (Universidade do Estado de Santa Catarina), especialista em metodologia do ensino da arte, ator e diretor de teatro com mais de 25 anos de experiência, à frente da Cia Muiraquitã há 20 anos.
Para ele, a peça mostra que não existe regra, jeito certo ou errado de se relacionar com as pessoas. “Existe a maneira verdadeira, que fala ao coração. É uma aula de tolerância, de respeito às diferenças, à individualidade. Uma aula contra o preconceito. Uma ode ao bom relacionamento, ao carinho, ao amor.”
A Cia Muiraquitã tem três faces: teatro escola, teatro de pesquisa e teatro empresa. O “Breviário Amoroso” faz parte da face teatro escola. Está em cartaz há dois anos e percorreu várias cidades de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. “É uma peça que fala sobre amor. Várias formas de amor. Contamos a história do amor desde a Pré-história até o século de hoje. Como o homem primitivo conquistava a sua namorada, assim como o homem medieval e o homem contemporâneo.”
Adaptar o espetáculo ao público é uma das características da Cia Muiraquitã. “É um espetáculo que funciona para adultos e para crianças. Se é um público adulto, o espetáculo é mais sexualizado; se é um público infantil, adequamos a linguagem a esse público. Não se consegue atingir uma faixa tão larga que agrade a todos.”
Na semana passada, a companhia apresentou também no Sesc o espetáculo de contação de histórias “Salada Mista”. Esse período, segundo Calai, é um período interessante para apresentações porque há pouca atividade. “Voltamos para a estrada em março. Normalmente, voltamos na segunda semana de aula. Começamos pelo Meio Oeste, viemos para o Oeste, Extremo Oeste, Norte gaúcho, Sudoeste do Paraná, litoral catarinense e Vale do Itajaí. Agora, estamos nos preparando para a peça que vai para a estrada esse ano.” O espetáculo “Para Que Serve a Escola?”, ainda não tem previsão de estréia.
O teatro escola tem a proposta de fácil degustação, caber no porta-malas no carro, para que as viagens se tornem viáveis, e contar com poucas pessoas. Não se trata de um trabalho centrado no visual, ou seja, na produção, cenários e figurinos. “É centrado no ator. Os atores seguram o espetáculo do início ao fim. Não há outro recurso que não seja a presença física do ator. Um trabalho bem bacana, já que vemos muitos espetáculos com elenco péssimo, que não segura o público, mas que têm uma luz fantástica, cenários muito bem elaborados, figurinos riquíssimos. Mas aí é artes plásticas, arte visual, não é teatro. Teatro é o ator. Essa necessidade franciscana desenvolveu a habilidade de perfeição do ator.”
Dentro do teatro de pesquisa, a companhia desenvolveu no ano passado “A Trilogia do Desespero”, com as peças: “Nós Três”, “Clausura” e “O Próximo”. Todas representam situações-limites da existência humana, em que estão envolvidos seres em desespero. No teatro empresa, a Cia Muiraquitã é líder de mercado no Sul do país, tendo como carro-chefe o espetáculo “Totonho Vai Para o Céu”. Todos os anos, as empresas fazem parte do SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho), um dos eventos que mais resultam em procura pela companhia.
A companhia nasceu em Concórdia em 1991, completando, portanto, 20 anos em 2011. Em Chapecó, a Cia Muiraquitã existe há 10 anos. Se apresenta em todo o Sul do Brasil, em escolas, prefeituras, empresas e outros. Clodoaldo, ator de teatro desde 1984, acredita que o teatro tem uma função básica, além da função social e política, que é a função do divertimento. “Trabalhamos com o riso como qualidade de vida. Quem não ri, quem não se diverte, não é feliz. Sempre tentamos fazer com que as pessoas sorriam e se divirtam.”
Em 2010, a Cia Muiraquitã foi assistida por 85 mil pessoas. Ainda assim, foi o ano de menor média de público. Em 2009, foram quase 100 mil pessoas que acompanharam o trabalho do grupo, que trabalha ainda com cursos de “Dinamização Profissional Através de Técnicas Teatrais”, “Comunicação Total” e “Despertar da Inteligência Sensível”.
“Breviário Amoroso”
O espetáculo “Breviário Amoroso”, da Cia Muiraquitã de Arte e Espetáculos, constitui em uma alta comédia, na qual, através de cenas lúdicas e cômicas tenta estabelecer com o público, que pode ser de idades variadas, parâmetros acerca do comportamento, do riso e da cordialidade. Inicia com dois clowns que entram em cena e após uma série de eventos cômicos, resolvem que precisam fazer algo para animar a platéia, para isso arquitetam a montagem de cenas teatrais em parceria com o público, possibilitando a interação entre espetáculo e platéia. O público é levado ao palco para exercitar seus talentos dramáticos, o poder de sedução e de conquista, itens básicos em qualquer tipo de relacionamento humano.
Texto e direção: Clodoaldo Calai
Atuação: Clodoaldo Calai e Alejandro Abdala
Técnica: Cia Muiraquitã
Conheça o blog da companhia: http://ciamuiraquita.blogspot.com
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