Querem a verdade? Estou sem nenhuma vontade de escrever hoje. Meu amigo morreu e eu, sempre cheia de palavras, não sei o que dizer. É uma pena que eu nuca tenha visto um livro que falasse dele, Fabrício Tubin, o Tuba, grande baterista da Epopeia. Se tivesse, estaria escrevendo sobre ele. Bem, mas farei um esforço. Falarei de um poeta que entendia de eternidade. “Ela foi encontrada! Quem? A eternidade. É o mar misturado ao sol.” Arthur Rimbaud, um poeta que ganhou a eternidade, assim como meu amigo.
Falarei de um livro que em sua forma não é nenhuma raridade, mas em seu conteúdo sim. “Uma Estada no Inferno, Poemas Escolhidos e A Carta ao Vidente” é um livro publicado pela Martin Claret, uma editora que, como a L&PM, populariza grandes obras primas, como fez com Arthur Rimbaud. A edição que tenho foi publicada em 2005, mesmo ano em que o comprei, admirada com a história do menino-poeta.
“Eu caminhava, as mãos soltas nos bolsos gastos; O meu paletó não era bem o ideal; Ia sob o céu, Musa! Teu amante leal; Ah! E sonhava mil amores insensatos”. Rimbaud é um ícone da literatura francesa e universal. Verteu o quanto pode, entre os 15 e os 20 anos, época em que escreveu toda a sua obra. Um menino, apenas um menino, que revolucionou a poesia de sua época, escandalizou uma sociedade moralista e deixou seu legado, que sobrevive aos séculos.
Alguns comparam Jim Morrison a ele, como o autor Wallace Fowlie, que escreveu “Rimbaud e Jim Morrison – os poetas rebeldes”, também de 2005. Os dois, embriagados no barco cambaleante da vida, viveram intensamente, morreram jovens, conheceram a eternidade.
Arthur Rimbaud, ao lado de outro poeta francês de sua época, Paul Verlaine, teve um romance discriminado na época, relatado no filme inglês “Eclipse de Uma Paixão”, ou “Total Eclipse”, de 1995, tendo Leonardo Di Caprio no papel de Rimbaud e David Thewlis como Verlaine. Um drama dirigido por Agnieszka Holland, que mostra as noites dos poetas regadas a absinto, que juntos escrevem alguns de seus poemas mais conhecidos.
Jean-Nicolas Arthur Rimbaud nasceu em 20 de outubro de 1854, em Charleville, França, e morreu em 10 de novembro de 1891, em Marselha, aos 37 anos. Seu corpo foi enterrado no jazigo da família em Charleville, lugar que rejeitava, porém, que sempre voltava, entre as suas andanças pelo mundo.
Um comentário:
rimbaud é um dos meus. você também.
a propósito: quero ler o seu livro.
bj
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