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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Tenho nojo dos meios
Nojo da politicagem
Desses sonhos vendidos
Das almas trocadas
Dos planos perdidos
Eu tenho nojo dos meios
Da máfia, do anúncio
Da vaga não preenchida
Das pílulas pra esquecer
Do acomodado que se isenta
Nojo dos lados
De quem toma partido
Nojo dos corpos
Vendidos em troca
De poder, dinheiro e fama
Tenho nojo de ti
Das modas e modismos
Das fotos e legendas
Da oratória
Da zorra toda
Tenho nojo de mim
Dos repertórios
Das iras, fúrias
Subversões
Nojo das greves
Dos piquetes
Da massa otária em levedo
Do anarquista de almanaque
Dos professores mequetrefes
Do alienado, do operário
Do burguês, do patrão
Tenho nojo do mundo
Tenho nojo da humanidade
Tenho nojo dos sexos
Das idades
Pra onde foram os sonhos?
Vendi por dois pães e uma dose
Pra onde foi a rebelião?
Ficou trancafiada no porão
Pra onde foram os homens?
Viraram ratos na inquisição
E a história, e a filosofia
Os mapas, os fósseis, os rumos?
Encontraram atalho eletrônico
Pra onde você foi?
Fui pra longe tentar ser eu mesmo.

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