ele não responde,
ele não liga,
ele já não fala,
não ouço a sua voz.
quem é ele,
quem é ele,
quem é ele?
ele já não respira,
ele já não ouve,
ele não se move,
ele morreu.
ele não abre espaço,
ele não encontra caminho,
ele já não vive.
quem é ele?
quem é ele?
quem é ele?
ele se foi,
não voltou.
será que esqueceu?
será que pirou?
desistiu?
sonhou?
queméelequeméelequeméele?
terá o telefone estragado,
terá a caneta findado,
terá o suporte furado,
terá a linha quebrado,
terá a sorte azarada,
terá a sombra enviuvado,
terá a memória despedaçada,
terá a visão embaçada,
terá os poemas queimado,
terá as fotos aniquilado,
terá as desculpas escapado,
terão seus dedos enferrujado,
terá sua boca colada,
terá a pá de cal lançado?
terá? será?
bolero, violino,
cabaré de sonhos, café frio.
tu me deixou e meu riso virou rio.
meu desalinho desandou,
sou de linhas & manchas,
puxadas, pinceladas de fogo fátuo.
tufoiembora, eu não sei o que dizer.
te escrevo esse poema
que é pra não esquecer
que a minha rima pobre quer,
nas vias de fato,
relembrar teu nome
e que penso em ti
nem que seja pra lembrar
que já esqueci.
Nenhum comentário:
Postar um comentário