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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

vagos dias






















basta um toque apenas
para acionar toda essa explosão
de veias alarmadas, varizes nervosas
que me tomam o corpo enfermo
me espalho no vento inflamada de amores
me espalho nos teus cabelos
em finos sopros de esperança
basta um toque apenas e já sou tua
e com o passar dos dias
a indiferença que me cala
vai apagando sopro a sopro
o que resta da minha alegria
eu já não sou nada, muito menos minha
amaldiçôo o toque maldito
torno maldito o bendito
roçar de línguas da tua boca
nada, não sou nada
sequer decodifico os poemas
que lhe teço infame
nada, não sou nada
trapo antigo, rasgado no beco
pois não há de haver
dor maior que a indiferença
antes me dedicasse o teu ódio
tua ira, tua injúria
antes me despejasse grosserias
fizesse de mim messalina
amante dos vagos dias
antes me fizesse messalina
mas não, me ofertas teu silêncio
e do teu silêncio
se cria a minha dor
aninhada de solidão extrema
me sinto doente
o corpo já não abarca
de anti-corpos a dor
que vem de dentro
então jamais me toque
nunca mais toque na minha dor
não toque mais nessa ferida
se não quiser vê-la vestida de amor

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