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domingo, 31 de janeiro de 2010

"eu quero um dia de sol num copo d’água"


raros têm sido os dias como o de hoje. dias em que consigo sair desse emaranhado de emoções que crio, desse porão sombrio, assombrado por demônios ardilosamente inventados. hoje foi um dia bom. consegui aceitar melhor todo esse calor queimando a minha pele desenhada de cores, correndo livre por essas estradas, cabelo vermelho se armando todo no vento, vendo aquele horizonte tão conhecido bem detrás dos óculos de sol vagabundo. me senti dourada. me senti viva. velhos amigos, cerveja, novos olhares, maresia imaginária. seja lá o que me deixou assim, eu gostei. seja lá o que virá, foi bom. o rosto estampado de sorrisos, a boca, lotada de dentes. na brisa fresca e luminosa do fim de tarde, te encontrei bem perto de mim, na nossa casa de mornas sombras, embalada por música celta, medieval. precisava tanto de um colo e o tive, longe de tudo, emoldurado de doces espirais de incenso barato. e tudo foi tão sem medo e tão parecido com aqueles velhos anos, que não fiz nada além de sentir. e que se danem as palavras repetidas. e que se danem as histórias revividas. "eu quero um dia de sol num copo d’água".

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