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domingo, 17 de janeiro de 2010

minuto


















o peito fermentando de presença ausente
saudade, maturada em poesia
a falta de, no volume máximo do meu exagero

saudade calada, vivida gota a gota, pesadamente
desespero de te ter tão longe
desgraça de não vislumbrar chegadas
venderia mil liberdades por um sonho de minuto
que se perderia no vão dos anos, feitos de minutos tão sós

e tu, que sequer sabe de saudade alguma,
goza em prazeres comprados
que minhas barganhas jamais alcançariam
e eu, miserável, vou me contentando em delírios públicos

com desespero tal que arranco-te as palavras
cafetina dos teus desvios, catando a sombra do que deixou
e com o peito em levedo, choro
até secar o assunto e dar lugar ao sono
curtido na marra pelos olhos aguados

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