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sábado, 2 de janeiro de 2010

satélite farsante


só começo a existir

depois que as últimas claves do sol

caem atrás das montanhas de concreto.

só assim posso respirar aliviada,

sem o calor para obstruir minha passagem.

minhas noites têm sido mais amenas,

porém um tanto inquietas.

a invejo todas as noites.

ela, a lua, que conhece o paraíso,

divino & também monótono,

que tem todos os sentidos

voltados em sua direção,

teu abraço sem pedir,

tuas mãos, apaziguadas com as dela.

que te tem por contrato, por escrito.

tu, de rubricas & afirmativas.

e eu, de conceitos verbais & efêmeros.

e para qual grande teatro compactuo

e qual novela teço?

tu, astro supremo,

satélite farsante,

já tens admiradores demais.


adeus.


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