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sexta-feira, 3 de abril de 2009

baudelaireando


o som das palavras & das presenças
cede lugar ao vazio & ao silêncio
mas já estou tão acostumada que a dor nem chega
se tu não cedes, e eu não procuro ficar
tudo se vai & se acaba & morre
como tem de ser, como sempre é
pensei em sair, espairecer
mas por que e com quem?
sanguessugas pairam nas ruas
se despejam nos pescoços
que perambulam nos ócios da madrugada
elas chegam dos céus, elas roubam razões
amores, tesões, teus últimos tostões
lá fora está tão escuro, mas não tão escuro
quanto os tons que teimo em pintar
as paredes aqui dentro...
e o anjo vermelho já não tem
em seu anjo azul o pouso febril
e agora resta esperar o dia novo chegar
se é que ele vai chegar
cinema de constelações de cores, tuas & minhas
nossos tédios, furores & odores roxos
no palco do grande horrorshow que é a vida
e eu que já tecia um futuro feliz
agora padeço baudelaireando sem meu rimbaud

parafraseie, foucaut!

Um comentário:

sancha frança disse...

Grande féerie de horrores. Bela explosão de supernova. Ficaram pensativos os meus cigarros.