“Relaxe e Goste” mostra o nosso despreparo e impaciência secular ao lidar com o sexo oposto, com idades opostas, com humanos opostos
Ao chegar no teatro, passados alguns minutos das 20h – horário de início da peça –, me deparo com um homem semi-nu, enrolado da cintura para baixo em uma toalha vermelha, com a cara branca de creme de barbear, me pedindo licença, enquanto eu tentava entrar porta a dentro. Ao me afastar, observo que o homem botou para estourar uma daquelas bombinhas, que lembram a infância, porém um tanto maior, entrando em seguida dentro do auditório do Notre Dame Aparecida atordoado, em meio a fumaça.
Era o início, pelo menos para mim, da peça “Relaxe e Goste”, escrita numa parceria de gigantes: Luis Fernando Veríssimo e Millôr Fernandes, trazida à Carazinho pelo Sesc no último sábado. A resposta do público não podia ser melhor. Risadas e acenos de cabeça em sinal de identificação denunciavam o sucesso da peça, que tratou da reação homem-mulher desde os primórdios.
Uma possível sátira da história mal contada de Adão & Eva no paraíso; da maneira equivocada que os adultos falam sobre sexo com as crianças e de como o ser humano é patético quando tenta usar demais a razão ao se tratar de relacionamentos ou quando acha que é muito experiente em termos de sexo. Nuca se é.
“Relaxe e Goste” mostra o nosso despreparo e impaciência secular ao lidar com o sexo oposto, com idades opostas, com humanos opostos. Não se chega a grandes conclusões filosóficas através da peça, não se distingue mensagens sérias e grandes morais, mas se garante uma boa dose de entretenimento, com personagens impagáveis, como o bom e velho Deus, Eva e seus palpites e desalinho, sem contar com os professores de sexo, totalmente desconexos ao tentar novas posições de nomes impronunciáveis, interagindo com o público.
Foi uma noite de humor inteligente, bem estruturado, digno de seus autores. Nós relaxamos e gostamos, e esperamos por novas noites assim, regadas a boa cultura, risos e relações de espelhismo divertidamente constrangedoras.
Era o início, pelo menos para mim, da peça “Relaxe e Goste”, escrita numa parceria de gigantes: Luis Fernando Veríssimo e Millôr Fernandes, trazida à Carazinho pelo Sesc no último sábado. A resposta do público não podia ser melhor. Risadas e acenos de cabeça em sinal de identificação denunciavam o sucesso da peça, que tratou da reação homem-mulher desde os primórdios.
Uma possível sátira da história mal contada de Adão & Eva no paraíso; da maneira equivocada que os adultos falam sobre sexo com as crianças e de como o ser humano é patético quando tenta usar demais a razão ao se tratar de relacionamentos ou quando acha que é muito experiente em termos de sexo. Nuca se é.
“Relaxe e Goste” mostra o nosso despreparo e impaciência secular ao lidar com o sexo oposto, com idades opostas, com humanos opostos. Não se chega a grandes conclusões filosóficas através da peça, não se distingue mensagens sérias e grandes morais, mas se garante uma boa dose de entretenimento, com personagens impagáveis, como o bom e velho Deus, Eva e seus palpites e desalinho, sem contar com os professores de sexo, totalmente desconexos ao tentar novas posições de nomes impronunciáveis, interagindo com o público.
Foi uma noite de humor inteligente, bem estruturado, digno de seus autores. Nós relaxamos e gostamos, e esperamos por novas noites assim, regadas a boa cultura, risos e relações de espelhismo divertidamente constrangedoras.
(Publicado no Caderno Blitz em 21 de maio de 2010)
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