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sábado, 12 de dezembro de 2009

espaços

como guardar um espaço para mim
nos teus dias claros, meu amor?
como livrar-me de todos esses dramas
de todos esses traumas, sem que hajam
mortos & feridos dentro desse ser?
o inverno chegou tão de repente
quase não pude notar seus passos lentos
veio & invadiu meus sonhos mais tranqüilos
enquanto eu dormia o sonho dos puros
“será que você ainda pensa em mim?”
já tentei te odiar, mas eu sempre volto atrás
fico só, whisky sem gelo, no meu leito, o gato
que ronrona pacientemente enquanto lhe nego carinho
um lugar, uma vaga intransferível, é tudo o que peço
nos teus olhos, entre as tuas mãos, dentro de ti
no teu peito, um canto do teu abraço, um sorriso simples
ao final do dia, quando a noite cai levando minhas defesas
quando tudo parece perdido, diluído num infinito infernal
uma esquina do teu beijo, a um passo da tua boca
tua respiração quente & lenta, tua voz calma
a falar coisas sem sentido que me fazem rir
teu corpo, teu vinho, tua alma, teu ninho
você inteiro a fundir-se a cada parte de mim.

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