Se teu mundo é o capitalista,
Tua espontaneidade
Há de ser tua cura.
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segunda-feira, 29 de junho de 2009
estranhas, cores, fantásticas II
não sei com que olhos olhar o mundo
não sei quais são os olhos do mundo
se de estranhas cores fantásticas
os meus se pintam, romanticamente
o que posso fazer senão observar a paisagem
que se abre diante dessas pálpebras
feitas de puro encantamento?
agradeço o doce dos dias
o deleite, o azedo das horas
e também ao caminho do meio
agradeço no cair da tarde
nesse cenário em tons de púrpura
bem no meio do meu jardim
de amarelo-musgo-verde-ouro
vejo o mundo surrealista, se derretendo todo
como uma criança que nasce a todo instante
para os mistérios da vida e da morte
e o que posso fazer senão nascer de novo
todos os dias para esse mundo que invento?
me ensine, se puderes, com tua veia realista
mas se não puderes, me deixe aqui quieto
pousada insone nesse sono de cores
estranhas, cores, fantásticas
e a barca do sol virá nos pegar
nos levará de volta para o lugar de onde viemos
e correremos como crianças loucas da noite
no resto de sonho que tua razão deixou
não sei quais são os olhos do mundo
se de estranhas cores fantásticas
os meus se pintam, romanticamente
o que posso fazer senão observar a paisagem
que se abre diante dessas pálpebras
feitas de puro encantamento?
agradeço o doce dos dias
o deleite, o azedo das horas
e também ao caminho do meio
agradeço no cair da tarde
nesse cenário em tons de púrpura
bem no meio do meu jardim
de amarelo-musgo-verde-ouro
vejo o mundo surrealista, se derretendo todo
como uma criança que nasce a todo instante
para os mistérios da vida e da morte
e o que posso fazer senão nascer de novo
todos os dias para esse mundo que invento?
me ensine, se puderes, com tua veia realista
mas se não puderes, me deixe aqui quieto
pousada insone nesse sono de cores
estranhas, cores, fantásticas
e a barca do sol virá nos pegar
nos levará de volta para o lugar de onde viemos
e correremos como crianças loucas da noite
no resto de sonho que tua razão deixou
quinta-feira, 25 de junho de 2009
a arte tida como arte, é poluída; a arte tida como marginal, é chata. então escolhe: ser um artista tratado como artista, ou ser um artista tido como marginal. a arte, por si mesma, é subversiva. a arte por si é marginal, sem que diga com todas as letras: SOU MARGINAL, SOU ARTISTA. a arte é física quântica em momento de erupção; é o orgasmo dos elfos, silfos & afins. a arte é.
poema da subversão
“acho que vai dar bomba”,
diz a aprendiz de peréio.
“sua filha de uma puta”,
pensei e não disse.
“te amo, porra!”,
grito setentista.
oras, “se te malharam na caruda”,
se teu time perdeu,
se teu trem já passou,
paciência, baby.
não vou comprar
a tua dor de mãe solteira
em plena crise mundial.
diz a aprendiz de peréio.
“sua filha de uma puta”,
pensei e não disse.
“te amo, porra!”,
grito setentista.
oras, “se te malharam na caruda”,
se teu time perdeu,
se teu trem já passou,
paciência, baby.
não vou comprar
a tua dor de mãe solteira
em plena crise mundial.
sábado, 20 de junho de 2009
fui e sou usada. fui e estou triste – termo básico do desassossego humano, do vazio, da dor, da carência intermitente. marginalidade imposta, empurrada garganta a baixo. estou na reserva, aguardando algum chamado divino. estou semi-ébria de vinho tinto seco, sem poder organizar nenhuma das idéias absurdas que transitam fúnebres nesse metrô medieval da minha consciência. incoerente. é. o sobrado alternativo me espera. pessoas & risos & noites & dias a fio. sem rumo outra vez, começando outra vez, transitando outra vez entre os meus anjos & demônios, entre os meus purgatórios mais profanos. admita agora os seus pecados & chore & corra noite a fora para ver se sua pobreza cessa, se sua fala cala, se sua rima rima. não amo ninguém, minto, invento, copio, falaceio, crio e tendo ao ócio. humano, demasiadamente humano. escorra, humanidade, escorra.
terça-feira, 9 de junho de 2009
roxo
duros golpes. deveria render-me de vez ao ringue, dedicar-me ao boxe. duras, duras lições. falhei em tudo, e ultimamente até nessas maleixas linhas. bukowski me entenderia. ele, que preferiria ser uma mosca no braço de alguém. e se eu não conseguir? ou pior, e se conseguir? apunhalando-me de ócio indigesto, vomito esses que não são versos. acordo tarde, vejo a cidade da janela do ônibus, vegeto no cinema, durmo sozinha. desaprendi a dizer “oi”. falso é o movimento do corpo. trépido é o sonho que se distrai. estou prestes a quebrar de surto.
domingo, 7 de junho de 2009
seu, seu, seu... humano!
estranho perceber o quão humanos somos. contraditórios, carregadores de multidões. não há conceito que seja imutável; não há corpo ou espírito que não esteja sujeito a golpes do tempo, de traumas ou de misérias. e até o mais metódico, rotineiro e pacato caminhante mundano está suscetível a surtações. e existem infindáveis explicações para surtos humanísticos, mas nada muda o fato que ofendemos e somos ofendidos; somos expostos e expomos, pelo simples motivo de estarmos vivos. quantos adjetivos já não foram ditos e inventados para explicar as características inerentes ao ser humano? imagine que, ao invés de jogar um cara no lixo, dizendo que ele é um monstro, cafajeste, canalha, sem vergonha, tu dissesses apenas: “nossa, mas como tu és... humano!” simples e sem graça. adjetivo (in)correto que nem de longe saciaria a vontade louca de exorcizar os demônios da raiva. então, deixem que digam, que pensem e que falem. que os adjetivos mais escrotos sejam parte desse discurso ritualístico de exorcismo cotidiano, e que venha deus, a ironia ou o acaso castigar essas bocas-sujas, mas que elas tenham o direito de dize-lo, antes que tudo isso acabe em chamas. ou em câncer!
sexta-feira, 5 de junho de 2009
the lunatic
the lunatic
sábio trovador medieval
encantador de borboletas
não sabia lidar com escorpiões
é sabido que escorpiões
quando acuados entocam-se
e morrem pelo próprio rabo
provando o gosto da morte
através de seu próprio veneno
mas o que a lenda não conta
é que os escorpiões
vestidos de negro
inertes na penumbra
transformam-se em fênix
e dali, do seu ninho, saem fulgurantes
com suas asas livres de dor
pretas, vivas, como pulsos de fogo
para beber o próximo cálice de vida
que espreita além das vis avenidas
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