Na penumbra do Vale da Sombra da Morte, iluminado por algumas poucas velas no hall de entrada, uma voz ousa furar o silêncio com poesia. Mas a ousadia não parou por aí, pois era só o início da pré-estréia da peça “Retalhos”, do CPA (Centro de Produções Artísticas) Identidade, na noite de terça-feira, 6 de outubro.
O pavilhão da Igreja Matriz Nossa Senhora das Graças foi invadido por seletos habitantes de um leprosário – Bimbo, Augusta e Zeca, a espera de um Corvo, símbolo de esperança e sobrevivência, mesmo que vaga e precária –, lugar inalcançado por qualquer resquício de benevolência humana ou divina. Assistidos pela comunidade escolar do Colégio Estadual Claudino Crestani, os atores trouxeram um drama que trata de fé, preconceito e milhares de outros signos subjetivos que compõem o enredo, escrito originalmente por Vilmar Mazetto, de Francisco Beltrão.
“Retalhos”, sob a ótica do Centro de Produções Artísticas Identidade, acabou ganhando uma nova roupagem, elaborada por um dos atores, Rodrigo (Guigo) Mingori, que, além de também dirigir a peça, ao lado do ator e diretor do grupo Mateus Dal Ponte, deu à trama pinceladas autorais, porém preservando o enredo-base da peça original e seus personagens.
Uma peça histórica, anacrônica e herética, que se passa por volta de 1900, no leprosário – lugar em que a sociedade jogava os leprosos para morrer. “Apesar de ser uma peça de época, o público pode chegar a conclusão de que não se passa em 1900, mas sim em 2009”, explica Mateus, que é também acadêmico de Artes Cênicas da Unoesc (Universidade do Oeste de Santa Catarina) Campus São Miguel e professor de teatro em Guarujá do Sul (SC). A peça, assim como a arte, na visão de Dal Ponte, faz com que o público pense a respeito de questões despercebidas do cotidiano. “O teatro serve para instigar algum pensamento, algum questionamento sobre a vida e sobre as convenções sociais”, complementa.
Ora com Black Sabbath ao fundo, numa das mais clássicas músicas da banda (Black Sabbath), ora com “Canto Para Minha Morte”, de Raul Seixas, sendo cantada a plenos pulmões (“Vou te encontrar vestida de cetim/Pois em qualquer lugar esperas só por mim”...) o grupo mostrou a que veio, sincronizando música e sentido, entre dicotomias que envolvem fé e religião, sofrimento e ateísmo.
A peça, vista pelos alunos durante todo o dia 6 e pelo público geral no dia 7, fará parte do I Festejo (Festival de Teatro de Joaçaba), organizado pela Unoesc de Joaçaba, que acontecerá no dia 17 desse mês. Entre mais de 70 inscritos, apenas dez foram selecionados e o grupo de Palma Sola foi um deles, junto de grupos com vinte e trinta anos de estrada. Os critérios de avaliação foram o currículo do diretor, a sinopse da peça e o histórico do grupo.
Essa será a primeira vez que o CPA Identidade se apresentará em um festival catarinense de teatro. No Paraná, o grupo participou de quatro edições do festival de teatro de Planalto, tendo ficado em primeiro lugar em duas edições, e de diversas mostras de teatro em Pato Branco, Chopinzinho, Francisco Beltrão, Capanema e Planalto.
O Centro de Produções Artísticas Identidade existe há sete anos e nasceu nos tempos de escola, quando ainda se chamava Grupo de Teatro Claudino Crestani. Do grupo inicial, quatro pessoas permaneceram. O novo nome serviu para desvincular o grupo da escola, procurando seguir uma linha mais profissional, com ensaios e trabalhos contínuos, sempre com a intenção de fazer alguma diferença social, na região e principalmente em Palma Sola.
O pavilhão da Igreja Matriz Nossa Senhora das Graças foi invadido por seletos habitantes de um leprosário – Bimbo, Augusta e Zeca, a espera de um Corvo, símbolo de esperança e sobrevivência, mesmo que vaga e precária –, lugar inalcançado por qualquer resquício de benevolência humana ou divina. Assistidos pela comunidade escolar do Colégio Estadual Claudino Crestani, os atores trouxeram um drama que trata de fé, preconceito e milhares de outros signos subjetivos que compõem o enredo, escrito originalmente por Vilmar Mazetto, de Francisco Beltrão.
“Retalhos”, sob a ótica do Centro de Produções Artísticas Identidade, acabou ganhando uma nova roupagem, elaborada por um dos atores, Rodrigo (Guigo) Mingori, que, além de também dirigir a peça, ao lado do ator e diretor do grupo Mateus Dal Ponte, deu à trama pinceladas autorais, porém preservando o enredo-base da peça original e seus personagens.
Uma peça histórica, anacrônica e herética, que se passa por volta de 1900, no leprosário – lugar em que a sociedade jogava os leprosos para morrer. “Apesar de ser uma peça de época, o público pode chegar a conclusão de que não se passa em 1900, mas sim em 2009”, explica Mateus, que é também acadêmico de Artes Cênicas da Unoesc (Universidade do Oeste de Santa Catarina) Campus São Miguel e professor de teatro em Guarujá do Sul (SC). A peça, assim como a arte, na visão de Dal Ponte, faz com que o público pense a respeito de questões despercebidas do cotidiano. “O teatro serve para instigar algum pensamento, algum questionamento sobre a vida e sobre as convenções sociais”, complementa.
Ora com Black Sabbath ao fundo, numa das mais clássicas músicas da banda (Black Sabbath), ora com “Canto Para Minha Morte”, de Raul Seixas, sendo cantada a plenos pulmões (“Vou te encontrar vestida de cetim/Pois em qualquer lugar esperas só por mim”...) o grupo mostrou a que veio, sincronizando música e sentido, entre dicotomias que envolvem fé e religião, sofrimento e ateísmo.
A peça, vista pelos alunos durante todo o dia 6 e pelo público geral no dia 7, fará parte do I Festejo (Festival de Teatro de Joaçaba), organizado pela Unoesc de Joaçaba, que acontecerá no dia 17 desse mês. Entre mais de 70 inscritos, apenas dez foram selecionados e o grupo de Palma Sola foi um deles, junto de grupos com vinte e trinta anos de estrada. Os critérios de avaliação foram o currículo do diretor, a sinopse da peça e o histórico do grupo.
Essa será a primeira vez que o CPA Identidade se apresentará em um festival catarinense de teatro. No Paraná, o grupo participou de quatro edições do festival de teatro de Planalto, tendo ficado em primeiro lugar em duas edições, e de diversas mostras de teatro em Pato Branco, Chopinzinho, Francisco Beltrão, Capanema e Planalto.
O Centro de Produções Artísticas Identidade existe há sete anos e nasceu nos tempos de escola, quando ainda se chamava Grupo de Teatro Claudino Crestani. Do grupo inicial, quatro pessoas permaneceram. O novo nome serviu para desvincular o grupo da escola, procurando seguir uma linha mais profissional, com ensaios e trabalhos contínuos, sempre com a intenção de fazer alguma diferença social, na região e principalmente em Palma Sola.
(Publicado no Sentinela do Oeste em 8 de outubro de 2009)
Um comentário:
Oi Fabita. Eu sou estudante de jornalismo aqui de Goiânia. Estou fazendo meu TCC, que inclui Gonzo. Em busca de alguns conceitos na internet, cheguei ao artigo que vc publicou nesse blog, que me foi muito útil. Obrigado mesmo pela ajuda sem querer! Só tem uma coisa: preciso citar seu trabalho, e precisaria ter certeza de que o artigo é de sua autoria, e ter seu nome completo. Se o artigo não for seu, vc pode me fornecer a referência?
Por favor, se puder responder, mande um email para marcellus.sigma@gmail.com
Muito obrigado novamente.
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