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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Pátria sem fronteiras

Desde pequenos, aprendemos a cultivar o amor à pátria. Mas, ao contrário do que possa pensar, o amor à pátria está além do amor dedicado a fulano ou sicrano, está além dos nomes do poder de qualquer época, está além no nacionalismo fanático e cego. A pátria não está nas mãos dos poderosos. A pátria é do povo e amá-la significa cultivar o apreço pelo lugar em que nascemos. Amar o lugar pelo que ele é; sua natureza, sua cultura, sua riqueza – que não pode ser medida em termos de capital, mas pela sua essência. Ontem, teve início a Semana da Pátria em Chapecó. “Brasil, meu Brasil brasileiro, / meu mulato inzoneiro / vou cantar-te nos meus versos”, diz a música de Ary Barroso, apresentada pela Escola Pedro Maciel na solenidade que despertou com Chapecó na praça central. Porém, pátria não é apenas o Brasil. Pátria é o mundo todo, pátria é sem fronteiras. Somos todos seres humanos nascidos em uma terra maravilhosa, repleta de mazelas, mas ainda assim belíssima. Em tempos de caos, amá-la pode ser realmente difícil, mas jamais será impossível. Como diria Sepé Tiarajú: “Está terra tem dono”. E, os donos, somos nós. 

Ah, o Jornalismo!


Um pequeno espaço de tempo, entre a redação do jornal e a padoca, em uma tarde fria e ensolarada. O espaço de tempo que dura um cigarro. Cinco minutos debaixo do meu chapéu estereotipado de jornaleira foram suficientes para esquentar as ideias, trazendo a certeza: nada como ser jornalista.
Acabo de sair de uma experiência traumática com assessoria de imprensa. Nada mais sem sentido e sufocante do que servir apenas a alguns reis, perdendo a liberdade de escolha, de criação, que o Jornalismo pode dar.
Além do café da padoca, a estrada. Ah, a estrada. Que saudades que eu tinha de pegar a estrada e ir atrás de uma pauta no meio do nada, no meio de um acontecimento único e registrá-lo através da arte da fotografia e da escrita literária.
Assessor de imprensa nenhum pode ter acesso ao sentimento de liberdade que um jornalista experimenta. Ah, o Jornalismo. Cinco horas diárias de uma terapia dignificante, que engrandece não só quem a pratica, mas quem dela se beneficia indiretamente.
Sim, os leitores sentem quando uma reportagem é escrita com o coração. Não há modo de fingir. É como fingir orgasmo. Sempre se percebe. Jornalismo, quando se dá adeus às fontes oficiais e esnobes, é a melhor profissão do mundo. Jornalismo, quando não se coloca rédeas, é uma experiência que vicia, que cansa, mas que fortalece.
Tenho pena de quem jamais encarou o horror de uma redação. Professores e assessores, tenho pena de vocês. Mais pena do que de mim, com suor na testa, calça rasgada no tintilar das pautas e tênis encardido e embarrado da lama que vocês jamais ousaram meter a cara!