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sábado, 24 de janeiro de 2009

Esperando o Nada*



Lembra-se do Hotel dos Confusos?
Tu esqueceu tua alma por lá
Teu café esfriou, teu poema rasgou
Teu cigarro apagou, a garota surtou
Você chegou, cheirando de naftalina
À gasolina, você voltou, sim, voltou!
Sob um Céu de Blues, no Sol Nascente
Teu cavalo alado tinha asas de nuvem
Tua estrada era mais poeirenta que a morte!
Você partiu, outra vez partiu, partiu!
Fiquei com o barulho da TV, o travesseiro frio
A serpente à espreita, reluzindo nas garras
As unhas vermelhas, roídas, lembranças de bar
Sagrado ou profano, morada de vampiros
Sugando meu whisky, secando meu vinho
Navio de Cristal, viagem astral
Garota interrompida, perdida de dor
Me ame outra vez, me ame com ternura
Baladinhas românticas na padaria da esquina
Tudo me lembra você, mas por que?

* Antigo poema de um diário em tempo de espera.

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