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quarta-feira, 8 de julho de 2009

o que meu corpo abriga

mas, sabes... não me entregarei. ainda que a guerra me custe a vida. ainda que o gole me engula a vida. velhos marujos de guerra não afundam na primeira empreitada. navega longe, esqueça, tenta dormir. sofia cantará uma canção de ninar, uma canção da infância irá te acalmar. os velhos anos de leitura solitária, literatura compacta de sonhos. lembra-se? seu quase-primeiro-amor, josé de alencar, tuas músicas de verão, tua rede no jardim, a tintilar? há alguém em mim que ninguém conhece; há alguém em mim prestes a ser descoberto. mas que nunca será. nunca será. há alguém em mim que não quer falar, nessas noites frias de inverno do sul, há alguém que espera apenas o colo que não vem, a palavra doce que não será pronunciada. só que sempre, ou quase sempre, haverá a escrita. essa dor transformada em prosa, essa poesia cotidiana, esse conto que não conto a ninguém. "espera que o sol já vem".

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